quarta-feira, 25 de junho de 2008

Mexe-me no cabelo. Agarra-me a mão. O rosto tem tempo. O corpo pensamento.
Quanto mais te vejo mais me lembro de mim. Agarra-me a coxa. Desvenda-me agora. Espera mais um bocadinho. Não nos vamos ficar por aqui.

O corpo tem mistérios a descobrir.

Gostava imenso de saber falar por ti. Aquilo que me torna macho é o encanto com que te mexes, a facilidade com que estás. Por onde teu cheiro passa, o teu jardim, nosso, encanta-se e existe, é. Por momentos que imagino, nós, perdidos na boca um do outro, salivamos cabelo. Minha mão perdida por dentro de ti faz-te gemer. Adoro o som do teu queixume, o sufoco com que o dizes. Abraçamo-nos como quem espera.

Pela janela o Sol assiste.