sábado, 10 de julho de 2021

 No cais o eterno amanhecer 

exibe linhas e chapéus 

pescadores e carregadas 

pessoas que não sabem parar. 


No cais o eterno amanhecer 

exibe e mostra-se. 


Também a gabardine se destapa

para todos os que não esperam por ver. 


No cais o eterno amanhecer

ainda é eco de tambor 

da infinda música calada 

que agora acabou.


O corpo ainda se conhece no meio da multidão.







domingo, 2 de agosto de 2020

CORRERIA

Andar atrás do sabor
Lamber antes de trincar
Saber por conhecer

(correr correr)

Pausa p'ra respirar

sábado, 1 de setembro de 2018

PELAS SOMBRAS DA CIDADE
   Pelas sombras da cidade
o esgoto aberto rasga o
asfalto.
Numa esquina fugidia,
o rato
com sua cauda que desliza
cortando vento que ondula e uiva 
acena
ao policia que guarda
ao relógio que domina
ao dia.

Andava Ele entre vós
pressentia a noite que se adivinha
respirava o ar que inalava
expirava.

Pelas sombras da cidade
o cimento
ergue-se numa torre
que se duplica
em ruas
que atravesso

pelas sombras da cidades,
o rato.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

LURDES=PUTA DO PATACÃO

Ao chegar a casa,
a porta está fechada.
A cona não pensa
só age e reage.
Está seca, esteve molhada.
Trancar a porta sabe ele bem.
Quando eu quis nem
uma
trancada.
O marido da
Judite
não lhe disse
que
não, mais valia ter estado quieta.
A pila pinguça não entrou
molhada
mirrada. Da fama não se livrou.
Bons sonhos,
que arrote estrelas que a protejam
que aprovei-te os tempos que correm.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Engoli um pirolito de águas proliferas em bem-estar. Fiquei naquele estado de assim sim durante horas.
Mijei lindamente!
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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Apanhar trocos nas meias que os bolsos estão rasgados.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

No propício da destruição
sedento de guerra, os dentes cariados.
A cegueira invade os
olhos
que adivinham
pó.

sábado, 13 de março de 2010

Ficar a olhar para ti enquanto o vento sopra.
O sonho apodera-se. (risos)

domingo, 4 de outubro de 2009

-Pernoitamos aqui.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Contar pelos dedos o tempo a passar. Assistir ao lazer dos dias. O vento é sempre o mesmo.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

esperar a hora do comboio para ir sentado a escrever. o som dos headfones incomoda
o passageiro a meu lado. aperta o cinto espirra
saio porta fora, benfica - cheguei ao meu bairro.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Com os meus all-star ando sempre a matar.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Preencher os dias vazios como se padecessem de qualquer significado.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Uh! Ah! Pró sofá!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Comer o pé ao jantar para que não falte a mão ao pequeno almoço.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Arranhar o pescoço. E da dor que daí provem um enorme arrepio de prazer.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A girafa espreita à janela. O elevador passa e arranca-lhe o pescoço e a cabeça. O corpo jaz do outro lado. As patas da frente flectidas, as de trás esticadas. A cauda presa por um anzol, preso por um fio a uma cana. O pescador sorri, contente.

domingo, 3 de agosto de 2008

Desejo que a fome venha rápido, quero estar por perto quando cair.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O sangue jorra com uma facilidade incrível. O sangue jorra incrível. Muda o sangue jorra.
Jorna.
Ah? O quê?
O sangue jorra agora.

Depois o Mundo. E até ver onde podemos ir alugar rápido depois não, espera. Descansa.

A cabeça encosta logo. Escorre.
A cabeça demora.

Continuo a olhar as mãos. É bom esfregar no cimento. As mãos mudam, transformam.

Sangue.
Sangue.

Sangue.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Nas tardes desocupadas em que vou até eles fogem não percebo como não querem companhia coisa que adoro. À medida que deito na tua conta bancária dentes deposito esperança que um dia possamos rever o mesmo ponto final do fim. Por isso mesmo pensa acima de tudo descansa que à noite já não cai gelo. Depois facilitar trocos dá mau resultado e troca por troca prefiro-te a ti a lamber-me o cotovelo. Ai ai a calmaria basta é bater a doer eu gosto mesmo é de foder. A solidão é coisa que atormenta. Bate-lhe com um pau. Não a deixes fugir. O amante louro gosta delas novas. Para grandes malas grandes meias. Fugir é coisa que não atrapalha. Gosto mesmo é de conhecer como as coisas funcionam por dentro. É como que uma sensação em que crescer só atrapalha. As portas tornam-se incómodas por não terem fim e perdemo-nos numa entrada, digamos, engrandecedora. Gosto muito de pensar em como a vida funciona de forma a que de dentro não se veja a parte de fora de umas grades e embora frágil pura forma torna em mente cora a fuga escapa clara e trinta e trinca e vou-me embora agora. A minha mulher abandonou-me. Deixou-me por um bode velho com barbas até ao escroto. Os chatos estão no bigode. O gato pardo farto porte embate e parte a vaselina afina a roer sorte morte formol esclarece lá esta dúvida se uma mão tem dez dedos porque é que a outra tem dez dedos e um pé também o outro dez dedos. Não pises paredes. Amor. Amor amor. Amor amor amor. O café está bom. É óptimo capuccino porco adoro o caminhar da tua mãe não está bem igual ao de ontem ouvi dizer que vamos todos à praia afogo o fogo e ponho um calço e paro soco. O florescer das margaridas da parte da manhã faz-me acreditar na vida. Vou comprar um carro novo. Daqueles com várias opções em que gastar dinheiro. A mulher não vai ver nada. O direito é todo meu. Vai ser a sério agora. Digo-lhes que não hão-de ter nem um chavo, nem um pintelho, nada.

Nunca te esqueças de mim.

A sério, peço-te.

Gosto tanto de ti.

E de ti.

E de ti

E de t

E de

E de

E d

E

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Mexe-me no cabelo. Agarra-me a mão. O rosto tem tempo. O corpo pensamento.
Quanto mais te vejo mais me lembro de mim. Agarra-me a coxa. Desvenda-me agora. Espera mais um bocadinho. Não nos vamos ficar por aqui.

O corpo tem mistérios a descobrir.

Gostava imenso de saber falar por ti. Aquilo que me torna macho é o encanto com que te mexes, a facilidade com que estás. Por onde teu cheiro passa, o teu jardim, nosso, encanta-se e existe, é. Por momentos que imagino, nós, perdidos na boca um do outro, salivamos cabelo. Minha mão perdida por dentro de ti faz-te gemer. Adoro o som do teu queixume, o sufoco com que o dizes. Abraçamo-nos como quem espera.

Pela janela o Sol assiste.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Arranhar paredes é muito comovente. A mim, excita-me mais o cabedal. Desliza e não cheira mal.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Com uma agulha no olho se elimina o treçolho.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

A cona no escroto.
Ruído.
E a doce sensação de quem vem vindo para nos ver.

sexta-feira, 28 de março de 2008

As especiarias corrompem.
Não faça especiarias.
As especiarias escolhem-na a si.

terça-feira, 11 de março de 2008

Torcer o tornozelo e deixá-lo a doer durante dias.
Morder a mão até sangrar. Não deixar cicratizar.

quarta-feira, 5 de março de 2008

É claro que fui eu.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Nada mais regenerador do que um soninho no corredor das urgências. Tento não falhar nenhum fim-de-semana.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Fiz um bacanal no taj mahal.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

-Dá-me um beijinho no meu vomitadinho.
-Não dou!
-Vá lá!
-Está bem! (Muá! Muá!)
-Obrigado!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Desolado,
um perú apedrejado.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

A Cristina tinha a picha sempre em cima.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Arrancar cabeças às pessoas mesmo que magoe é um bom exercício para quem se quer mexer. Vamos lá começar agora...1...2...3...É isso mesmo!
Vem.
Vem devagarinho.
O pai está a caminho.